terça-feira, 5 de junho de 2012
Retorna ao silêncio
Deus disse:
Meu coração dá piruetas quando penso em ti, e Eu penso em ti o tempo todo. Ao mesmo tempo (falo do mito do tempo), prendes Meu coração. Meu coração para de bater quando fito teus lindos olhos. Tu, querido, em toda tua beleza e inocência, consegues fazer Meu coração parar.
Quando enxergares como Eu enxergo, quando amares como Eu amo, Nós não seremos estátuas congeladas, mas estaremos quietos, em repouso absoluto. Viveremos nas profundezas dos Nossos corações e, nas profundezas, há silêncio. Poderíamos dizer que, nas profundezas, Nós puxamos a seta e estamos prontos na vida, antes que o filme do qual vamos participar comece a rodar... antes que o diretor diga "Luzes! Câmera! Ação!"
Estamos preparados. Estamos prontos. Estamos cheios de energia. Estamos no momento anterior à animação, onde reina a Quietude.
Somos os cavalos de corrida diante dos portões, antes da largada. Haverá um sinal - um tiro, talvez - e lá vamos Nós.
O que Eu quero dizer-te é o seguinte. Enquanto corremos pela pista, enquanto nos movemos em grande velocidade, continuamos na Quietude, numa Quietude imóvel. A Quietude corre junto conosco. Ela não cai nunca.
Podes ficar ansioso no calor da corrida, podes te preocupar com o futuro, podes ficar tão envolvido com a corrida, que te esqueças da Nossa Quietude Poderosa, e consigas pensar apenas na corrida. Uma coisa é falar da corrida na vida; outra coisa é pensar que estamos sempre abraçados, em tudo o que estiver acontecendo na vida.
Agora falo como se estivesses separado de Mim, pois não imagino, nem sequer por um momento, que Eu possa deixar a Quietude. Mas tu, Meu Filho Divino, ficas tão preso na vida, tão preso na decepção, tão preso na tensão, tão preso nos desenvolvimentos, tão preso na dor e no pânico, que te esqueces totalmente da fonte de Silêncio que existe dentro de ti, e assim castigas a ti mesmo. Perdes a consciência do teu Eu Superior. Estou chamando este Silêncio de teu Eu Superior. Só consegues pensar no que estás pensando. Tua mente torce teu coração e lhe dá nós. Gritas, gemes. Tua mente está ao volante do teu coração, e gira-o descontroladamente, temendo o pior.
O que é o pior, amado? A morte de um ente querido? Mesmo assim, ainda existe o Silêncio dentro de ti, que estás ignorando. Tomaste o caminho do medo e não olhas nem para a esquerda nem para a direita. Permites que o medo te governe, e te estilhaças em fragmentos de ti mesmo. Em outras palavras, é como se morresses mil mortes. Mas é claro que isso não acontece. Apunhalas teu coração. Pode-se dizer que és um auto-mutilador. Apesar de tudo, teu Eu Superior, o teu Silêncio não é perturbado por nada disso.
Arrastas um pote de aborrecimentos, e o aborrecimento por um pequeno incidente algumas vezes pode ser tão terrível quanto um aborrecimento que consideras imenso.
Tudo que a vida te traz, toda tragédia que vês, toda dor de cabeça, tu é que as multiplicas. Desta forma, tu é que trazes tudo isso para ti mesmo; esfaqueias-te dezenas de vezes. Quando acontece o que chamas de tragédia, te chicoteias por causa disso; pegas o martelo e te martelas com força.
Amado, mesmo quando teus piores medos se concretizam, aceita-te e retorna ao Silêncio. Que outra coisa poderias fazer?
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