quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mistérios do Terceiro Olho









Tão pequena quanto uma ervilha e na forma de pinha – daí o seu nome –a glândula pineal é considerada como um terceiro olho, pois tem a mesma estrutura básica de nossos órgãos visuais.

Acreditava-se, até há pouco tempo, que era um órgão atrofiado, um olho não desenvolvido, de funções indefinidas.
Mesmo assim, despertou o interesse dos cientistas, que descobriram funções relacionadas à física e aos fenômenos paranormais.

Antena Parabólica

Constataram que, como uma antena, a pineal, também chamada de epífise, é capaz de captar radiações eletromagnéticas da lua – que regula ciclos menstruais, por exemplo –, as radiações eletromagnéticas vindas do sol e ainda despertar a produção de certas substâncias neurotransmissoras, que estimulam a atividade física e mental.
Também é a glândula pineal que ativa a produção de hormônios sexuais no início da puberdade, iniciando-se assim o ciclo da reprodução humana.
Nos animais (sim, ela também está presente neles), capta os campos eletromagnéticos da Terra, orientando as migrações das andorinhas ou das tartarugas, por exemplo. E há ainda funções muito intrigantes relacionadas a esse ponto no centro do cérebro.

“A pineal é capaz de captar campos eletromagnéticos não apenas desta dimensão, onde vivemos, que é a terceira, mas também de outras dimensões do Universo, acessando campos espirituais e sutis”, conta Sérgio Felipe de Oliveira, psiquiatra, mestre em ciências pela Universidade de São Paulo e diretor-clínico do Instituto Pineal-Mind, de São Paulo.
Segundo a Teoria das Supercordas, da física quântica, existem ao menos 11 dimensões diferentes no Universo e é possível a comunicação entre elas.
Em outras palavras: a pineal é capaz de detectar dimensões invisíveis aos olhos comuns, e esse pequeno radar está relacionado a fenômenos como clarividência (vidência de acontecimentos ainda não ocorridos), telepatia (comunicação por meio do pensamento) e capacidade de entrar em contato com outras dimensões (mediunidade).

Feito de cristal

Após analisar a composição da glândula pineal, o cientista Sérgio Felipe de Oliveira detectou na sua estrutura cristais de apatita, mineral também encontrado na natureza sob a forma de pedras laminadas.
Segundo suas pesquisas, esse cristal capta campos eletromagnéticos.
“E o plano espiritual age por meio desses campos.

A interferência divina sempre acontece obedecendo as leis da própria natureza”, esclarece Sérgio Felipe, que é diretor-presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo (Amesp).
Os médiuns, pessoas capazes de entrar em contato com outras dimensões espirituais, apresentam maior quantidade de cristais de apatita na pineal.

Os iogues e místicos, que experimentam estados de meditação e êxtase profundos, têm menor quantidade”, atesta Sérgio Felipe.
E ninguém pode aumentar ou diminuir essa concentração de cristais, garante o psiquiatra – ela é uma característica biológica, assim como a cor dos olhos e cabelos. Sérgio explica que a glândula é um receptor poderoso, mas quem decodifica as informações recebidas são outras áreas do cérebro, como o córtex frontal cerebral. “Sem essa interação, as informações recebidas não são compreendidas.
É por isso que os animais não podem decodificá-las: as outras partes do cérebro deles não têm esse atributo”, conclui.

Onde mora a alma

No Ocidente, a importante função dessa glândula foi descrita no livro A Terceira Visão (ed. Nova Era), escrito por um inglês que adotou o pseudônimo de Lobsang Rampa. O filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650) também se curvou ao fascínio da pineal.
Na sua famosa Carte a Mersenne, escrita em 1640, ele afirmava que existe no cérebro uma glândula que é o local onde a alma se fixa mais intensamente.
As religiões também consideram o terceiro olho como um centro de percepção espiritual.

Para os espíritas –

A doutora Marlene Nobre, médica e diretora do jornal Folha Espírita, conta que as funções espirituais e psíquico-espirituais da pequena glândula eram consideradas pelo fundador do espiritismo, Allan Kardec (1804-1869), no século 19, e foram descritas no livro Missionários da Luz (ed. FEB), psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier (1910-2002) e publicado pela primeira vez em 1958. “
Segundo o livro, a melatonina, o hormônio segregado pela pineal, gera os impulsos para as experiências que promovem seu desenvolvimento espiritual”, finaliza a médica.

Para os hindus –

Na antiga tradição da Índia, dois chacras, ou centros de energia, são responsáveis pelo desenvolvimento da espiritualidade: o chacra do terceiro olho, que fica na testa, um pouco acima da linha das sobrancelhas, e o chacra coronário, no topo da cabeça.
Esses dois centros, que captam e transmitem energia vital, dizem os indianos, revelam informações espirituais que influem em nossas ações e escolhas. “
O chacra do terceiro olho é responsável pela clarividência e pela criatividade.
O centro coronário nos reabastece de energia cósmica e nos dá força espiritual”, explica a professora de ioga Alda Biggi, do Centro Vishnu de Hatha Yoga, em São Paulo. As cores relacionadas ao chacra que fica no alto da cabeça são o branco, o violeta e o dourado.
“Está ligado ao canal central de energia que passa pela coluna vertebral”, diz a professora.
Ele rege a glândula pineal, que, para os hindus, é o principal órgão do corpo. “
É a representação do céu dentro do homem e está associada às qualidades mais puras e elevadas que temos dentro de nós”, conta Alda.
Já o chacra do terceiro olho está ligado à tonalidade azul-índigo e à glândula pituitária, que também fica no cérebro. “
Ele influencia todas as formas de expressão, capacidade artística e intelectual”, complementa.

Para os cristãos –

“Ela representa o Filho de Deus em nós, nossa consciência espiritual e amorosa, alimentada pela vontade divina que nos chega dos céus e o amor que vem do nosso coração”, diz Amarilis de Oliveira, doutora em psicologia e diretora do Instituto Cisne de Pesquisas, em São Paulo, dedicado a estudos na área da inteligência espiritual. “Ela é a única glândula do corpo diretamente ligada à Consciência Superior”, conclui.

TEXTO: LIANE CAMARGO DE ALMEIDA ALVES
ILUSTRAÇÕES: PAULO NILSON

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