Uma paciente minha, professora, me contou que estava saindo da escola e sentiu vontade de fazer xixi. Como estava saindo, pensou: “O Carrefour é no caminho. Vou ao banheiro lá.” Foi. E, quando estava saindo do banheiro, deparou com o namorado aos "amassos" com outra mulher. Entrou em parafuso.
Foi para casa meio dormente, tanto mental quanto físico, e ficou com esta sensação durante uma semana. Meio apática. Entrou em princípio de depressão.
Não quero aqui questionar os sentimentos de uma pessoa, mas me virei para ela e perguntei: “Preste atenção. Você poderia ter ido ao banheiro na sua escola, não é? E não foi por quê? Não notou que foi dirigida por algum ser espiritual que queria te mostrar que aquele homem não era a pessoa indicada para você?"
Ela parou momentaneamente de respirar, me olhou profundamente nos olhos e com uma interrogação no semblante me respondeu: “Não tinha pensado nisso!” Notei, naquele instante, que alguma coisa havia acontecido no seu íntimo. Uma abertura. A verdade.
Continuei: “O que aconteceu foi bom ou ruim?”. ”Foi bom, respondeu - pois ele não poderia ser um bom homem para mim.”
“E você quer continuar na depressão por algo que não era bom para você? Você deveria era estar grata por alguém que te adora ter te mostrado a verdade!”
E você, que está lendo esta mensagem, quer continuar na depressão por alguma coisa que os Mestres mostraram e que não era bom para você?
Esse é o problema! Muitas pessoas esquecem de observar sinceramente aquilo que está acontecendo na sua vida e costumam se rotular de coitadinhos, quando deveriam agradecer.
Nada, mas nada mesmo nesta vida acontece de forma que possa te atrapalhar no teu percurso espiritual. Muitas vezes nos sentimos tristes e apagados por fatos que deveríamos ter agradecido. Só mais tarde, muito tempo depois, é que acabamos compreendendo que aquilo que aconteceu foi bom.
O pessoal lá de cima não deixa que nada que seja ruim para que a nossa ascensão possa atrapalhar a nossa vida. Se conseguíssemos entender isso do fundo do coração, acabaríamos por aceitar as coisas que acontecem, superando a dor momentânea e passageira.
Quantas pessoas vejo sofrer por amor, quando o amor verdadeiro deveria ser por elas mesmas. Quantas pessoas vejo reclamar de ter sido despedida do seu trabalho, quando sei que, mais tarde, irá encontrar o emprego adequado.
Quantas pessoas vejo derramar lágrimas por situações familiares, quando, um tempo depois, acabam por compreender que aquilo que passou era necessário.
Canso de dizer que somos “Deus”! Nunca disse que somos deuses. Afirmo que somos “Deus”, porque somos todos Um. Ser “deuses” é ser separado. Não somos separados. Somos uma unidade apesar de não compreendermos isso.
Ensino aos meus discípulos que, quando tiverem um problema para resolver, destes muito sério, que, quando pensarem que não existe mais solução, que escrevam este problema num pedaço de papel, envelope o texto, cole e marque a data de um ano após para ser aberto. Experimente fazer isso e verá que vai rir quando abrir o envelope e ler o texto, pois aquele problema não existe mais.
Quantas vezes sofremos, como a menina do xixi, por coisas insignificantes na nossa vida que, naquele momento, pareciam ser de uma importância extrema.
Quantas vezes você sofreu por não ter dinheiro para pagar uma conta importante, por amor, por incompreensão, por dificuldades na família, por falta de fé. E já parou para pensar que este sofrimento de nada te valeu? Que, hoje, as coisas entraram nos eixos.
Devíamos compreender – o que acho meio difícil – de que a nossa vida nesta terra maravilhosa já tinha sido programada antes do nosso nascimento. Nós precisamos passar por situações variadas para que possamos compreender os sentimentos. Agora, viver em função dos sentimentos, sem compreendê-los, é um grande erro. Muitas pessoas chamam esta experiência de karma. É karma sim, mas não no sentido negativo que lhe é atribuído. Você está aqui para vivenciar situações que são importantes. Isso não quer dizer sofrer, mas aprender, experenciar.
Quando acontecer alguma coisa ruim na sua vida, deixe o seu mental concreto de lado e pense o que significa aquela experiência, aquela situação. O que pode ou deve apreender com ela.
Quantas pessoas culpam os outros pelos seus fracassos, quando a resposta está simplesmente dentro delas mesmas. E, a cada vez que culpamos alguém por uma situação que estamos passando, deixamos de compreender verdadeiramente a lição que estamos recebendo. Viver é a coisa mais fantástica do mundo quando fazemos corpo duro e a coisa mais difícil do mundo quando fazemos corpo mole. Viver é encarar cada desafio como a própria palavra diz, um desafio a ser superado. É como um jogo, quanto mais encaramos a vida assim, mais nos deleitamos quando vencemos determinadas etapas. Só temos que compreender que o jogo só acaba no final.
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