.. Com um maior conhecimento sobre a Lei da Reencarnação, conseguirá responder à pergunta: “ Qual a finalidade da existência do homem?”
Antes da queda do homem, ele chegava a atingir 900 anos de idade. A queda, porém, fez com que o homem se esquecesse da sua verdadeira identidade. Sem conseguir distinguir o real do ilusório, foi criando cada vez mais carma , até que se tornou muito dificil habitar o mesmo corpo durante vários séculos. A misericórdia da Lei decretou, então, que a duração média de vida do homem neste planeta fosse reduzida para cerca de setenta anos e que a todas as almas fosse dada a oportunidade de reencarnar na Terra durante muitos milhares de anos. Entre as suas reencarnações no mundo físico, as almas passaram, além disso, a ter oportunidade de passar periodos mais ou menos extensos noutros planos de existência, onde Mestres da Sabedoria Antiga e Seres de Luz as preparam para a sua Missão na Terra.
Cada um dos periodos que a alma passa no mundo fisico constitui aquilo que chamamos encarnação ou uma vida. Não é verdade que uma alma humana possa reencarnar num corpo animal ou numa planta, pois há uma evolução permanente de cada emanação individual da vida; a consciência, sim, pode descer a um nível animal devido a sucessivos abusos do livre arbítrio.
Cada um de nós é uma alma, uma semente divina, habitando um corpo físico. O corpo é, então, um instrumento que permite à alma mover-se e actuar no mundo da matéria.
Como disse São Paulo aos Corintios, o corpo é o templo do Espírito Santo, mas a nossa verdadeira identidade é o Espírito (a Chama) de Deus que habita nesse templo e não “as pedras” de que ele é feito. O simples facto de que dizemos “o meu corpo”, tal como dizemos “ o meu carro, ou a minha casa”, demonstra que sabemos intuitivamente que há uma diferença entre o possuidor e o objecto possuído. Compreendemos assim que, embora tenhamos vivido em dezenas de corpos diferentes ao longo dos séculos, o núcleo da nossa identidade é um rio contínuo que atravessa o tempo e o espaço.
Como explicar que uns nasçam saudáveis e outros morram ao nascer? Como explicar que uns nasçam rodeados de abundância e outros em extrema miséria? Como explicar o talento para a música ou para a poesia que certas crianças manifestam muito cedo? Das duas uma: ou o universo é governado por uma Lei arbitrária e injusta, ou o nascer marca apenas o início de mais um acto de um drama iniciado há muitos, muitos milénios. Para nós, a segunda hipótese é verdadeira. Cada vez que “entramos em cena” na vida, trazemos connosco o carma das vidas anteriores, bem como os talentos que desenvolvemos também em encarnações passadas. Trazemos uma bagagem de carma – carma negativo e positivo. Muitas das limitações impostas pelo nosso carma podem ser bençãos escondidas, pois com frequência elas atiçam os fogos da vontade, ensinam-nos a ser humildes e colocam-nos no trilho certo para o nosso caminho.
Como explicar a profunda atracção (ou repulsa) que todos sentimos ocasionalmente por pessoas que nos são praticamente desconhecidas, se não através de um amor (ou ódio) nascido em encarnações passadas? A mente consciente não pode ir além das experiências desta vida, mas a alma tem acesso ao subconsciente, onde estão registadas todas as experiências de vidas passadas. Essas recordações ocultas enviam constantemente “sinais” à mente consciente através da intuição.
Poderá perguntar: se isso é verdade, porque não me recordo eu conscientemente de quem fui no passado? A verdade é que todos tivemos encarnações boas ou más. O Eu verdadeiro revelar-nos à quem fomos no passado quando isso for conveniente ou necessário para o nosso progresso espiritual. Até lá, compreendamos que a misericórdia da Lei mantém essas lembranças fora do campo da consciência, pois facilmente poderiam dar origem a um falso orgulho ou a um sentimento de culpa – qualquer deles prejudicial ao progresso da alma. A reencarnação permite, por outro lado, que a alma tenha períodos de repouso e de instrução nos templos de Luz situados no plano etérico entre as suas “peregrinações terrenas”, sem ter de permanecer durante séculos ou milénios sem interrupção no vale da sombra do mundo físico.
A vida é um contínuo fluxo da Consciência de Deus, e este rio da vida atravessa muitas dimensões. A chamada “morte” é uma transição de um plano de existência para outro. Não podemos vir à Luz no mundo físico sem simultaneamente “morrer” no plano onde a nossa alma se encontrava anteriormente. Mas é neste plano material do planeta Terra que a alma tem de conquistar a sua emancipação e se elevar até à estatura, natureza e à dignidade da sua Presença EU SOU.
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Quando nascemos não temos um destino marcado, mas temos certos carmas positivos e negativos vindos de encarnações passadas, que vão condicionar e dar origem a certos acontecimentos. Mas será sempre através das nossas decisões na Terra, fruto do nosso livre arbítrio que, de uma maneira geral, vamos confirmar ou alterar ultimamente esse carma, pelo menos até um certo ponto. Senão, seríamos como robots simplesmente a trilhar algo marcado. O futuro está verdadeiramente nas nossas mãos. Cabe a nós criar um futuro melhor e, hoje, mais do que nunca, temos chaves para isso.
Ao nível do Caminho espiritual, podemos ver que, dia após dia, o computador cósmico da Mente de Deus ajusta a fórmula da Senda segundo a forma como cada indivíduo vive, é e actua no cenário da vida. Cada acção tem a sua reacção correspondente no cosmos – um ajuste traduzido por um acréscimo ou decréscimo da Luz em manifestação que é o resultado da aplicação individual do livre arbítrio. Conforme as escolhas diárias de cada um, o seu plano divino é ajustado e, no padrão interno da evolução da sua alma, ocorrem ajustes nos restantes ciclos de evolução.
Desta forma, a equação da vida na Terra pode ser enunciada assim:
- a Lei + você + Carma + Dharma (Missão) = ao seu Plano Divino manifestado circunstancialmente no Tempo e no Espaço.
O contrapeso desta equação é constituído pela serva da Liberdade chamada Oportunidade. Caso queiramos preservar a identidade do nosso ser, devemos tomar decisões diárias que acelerem a realização do nosso plano divino e que nos permitam aproveitar melhor as oportunidades da nossa vida, dar o melhor de nós mesmos e até mais.
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