quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mediunidade


Muito é discutido sobre esse tema principalmente nos dias de hoje quando, ao que parece aos olhos dos leigos, o homem tem um contato cada vez mais estreito com o “mundo espiritual”. Mas será que é isso mesmo?

Veja bem; por volta dos anos 1857, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec, começou com uma série de estudos que visavam reunir argumentos sólidos o suficiente para conquistar o público geral de forma a que todos pudessem ter novamente o contato com esse tal mundo, para benefício de todos. Ao iniciar seu trabalho, conforme ele questionava um espírito que se propôs a comentar sobre isso, a trazer essa “boa nova” para a humanidade, Hippolyte-Léon percebeu que tal ferramenta não era exclusiva de um ou outro ser humano. A mediunidade, disse ele, é uma faculdade do espírito e se acreditamos que todos somos espíritos, então todos somos médiuns.

Mas o espírito não mudou muito de lá para cá e mesmo de lá para a antiguidade: o espírito evoluí moralmente, se aperfeiçoa, mas nunca deixa de ser espírito. Então, a despeito da codificação Kardecista, somos forçados a entender que a mediunidade, embora com outros nomes, está presente desde que o ser humano deu seus primeiros passos na Terra.

Muito antes do antigo Egito iniciar sua jornada rumo a construção do grande império que se tornou, haviam pequenos conglomerados de pessoas espalhados por diversos lugares da África, Asia e Europa e lá estão os registros mais antigos que conhecemos do homem. Alguns defendem a ideia da existência de civilizações antigas que habitavam esse orbe (vide as teorias do “Astronauta Antigo”, assim como da existência da Lemúria e Atlântida) entretanto não conseguirei falar sobre elas pois se assim o fizer, estarei tateando opiniões particulares e sem comprovações sérias por enquanto. Então, falando do que a história já tem como certa, encontramos as primeiras civilizações sedentárias, ou seja, não nômades, na região posta entre as margens dos rios Tigre e Eufrates: a Mesopotâmia.

Claro que antes disso já tínhamos mostras do contato entre homens e “deuses”. As primeiras manifestações artísticas hominais também são as primeiras marcas de contato do homem com o espírito: as pinturas das cavernas (ou arte rupestre) são marcas dessas interações, onde o homem pedia ao mundo espiritual proteção e sucesso em sua caçada. Mas na Mesopotâmia começamos a ter um registro bem claro de um panteão diversificado e muito alegórico.

Percebemos, também, que o homem sempre teve o uso do seu “deus” para explicar fenômenos desconhecidos que hoje são facilmente entendíveis através da ciência formal mas uma coisa não tira o mérito da outra: só temos que entende-la melhor: o povo antigo rezava para um deus, mas falava a um espírito.

Os rituais antigos de sacrifícios, entorpecimento dos sentidos e muitos outros só visavam buscar esse conhecimento mais fácil. Na Mesopotâmia, então, começamos a verificar o aparecimento de vários desses deuses, cada um com sua própria forma de ver e interagir com seu oráculo, assim como temos hoje em dia. Naquele tempo, os espíritos que assumiram essa tarefa também não estavam tão adiantados moralmente, mas isso não era preciso: o importante era promover essa interação.

Na Mesopotâmia, a forma mais comum de oráculo era o jogo de varetas, muito similar a um jogo de dados moderno. Cada vareta tinha uma série de marcações e eram contadas, dependendo da forma como caiam, para invocar uma resposta. Na verdade, os espíritos falavam através da intuição nesse momento, como é feito hoje em dia.

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Nino Denani

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