quinta-feira, 12 de abril de 2012

ALMA


Certa vez, uma alminha no céu decidiu reencarnar. Era uma chama de luz,

muito brilhante, na nuvem, à espera de encarnar. Tinha subido havia algum

tempo, e tinha dedicado um período a analisar o passado, a vida passada.

Aliás, as vidas passadas. Tudo o que tinha cumprido, e o que nem por isso.

Emoções tortuosas que tinha limpo e outras que tinha ganho.


A alminha, na nuvem, preparava-se para uma nova jornada. E preparava

também a missão. O que escolhera desta vez. As tensões a que iria ser

sujeita, para que a sua nova tarefa vingasse. Escolhia o tipo de país, o tipo

de pais, as condições económicas, sociais e atmosféricas. Se iria nascer

com a emoção à flor da pele, ou com um bloqueio desmesurado.


Tudo foi combinado ao pormenor com as outras almas com quem se iria

cruzar no caminho. Quando encarnasse e entrasse no corpo de um bebé,

iria esquecer-se de tudo. O véu do esquecimento é implacável. Só havia

uma única coisa que lhe pediam que nunca esquecesse. Só uma.


«Podes esquecer-te de tudo o que combinámos, podes até falhar na missão,

bloquear as emoções ou não chegar sequer a evoluir. Só te pedimos que

não te esqueças de uma coisa. Não te esqueças que não podes deixar, em

hipótese alguma, apagar a tua luz. Pode acontecer tudo, mas não deixes que

ela se apague.»

Jesus

O LIVRO DA LUZ – Pergunte, O Céu Responde,
de Alexandra Solnado

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